sábado, 27 de maio de 2017

Resenha: Menino de ouro

TítuloMenino de ouro
Autor(a): Abigail Tarttelin 
EditoraGlobo Editora 
Lançamento: 2013 
Número da Edição: 1 
Páginas: 384

Sinopse: A família de Max não permitiria nenhum desvio na imagem perfeita que havia construído. Karen, a mãe, é uma advogada renomada, determinada a manter a fachada de boa mãe, esposa e profissional. Steve, o pai, é o exemplo do chefe de família presente em sua comunidade, favorito a um importante cargo público. O ponto fora da curva é Daniel, o caçula, que, para os padrões da família Walker, é “estranho”: não é carinhoso, inteligente ou perfeito como Max. Melhor aluno da escola, capitão do time de futebol, atlético, simpático, sucesso entre as garotas: Max, o primogênito, é o menino de ouro. Ninguém poderia dizer que sua vida não é perfeitamente normal. Ninguém poderia dizer que Max esconde um segredo. Ele é diferente, especial. Max é intersexual: nasceu com os dois conjuntos de cromossomos, XX e XY e, portanto, é menino e menina. Ou nenhum dos dois. É a partir do olhar de cada pessoa que orbita a vida de Max que a autora Abigail Tarttelin compõe a sua narrativa em Menino de Ouro. Cada uma das personagens esboça seu dia a dia, suas inseguranças e conquistas, e, principalmente, seu relacionamento com Max. Apesar da dimensão de seu segredo, Max parece à vontade com sua vida. Seus questionamentos sobre sexo, relacionamentos e até sobre rejeição são tantos quanto um adolescente de 15 anos poderia ter. O cenário muda drasticamente quando Hunter, seu melhor amigo desde a infância, volta do passado e abusa de sua confiança da pior maneira que poderia. No romance, Abigail Tarttelin trata de forma sensível, mas direta, as questões da identidade e do que consideramos “ser normal”. A autora traz à tona questionamentos sobre até que ponto o gênero sexual define uma pessoa e suas relações, por dentro e por fora.



MENINO DE OURO ()

"Ele é o filho ideal, o amigo perfeito, o "cara" por quem todas as garotas se interessam."
"Max tem um segredo [...] Se esse segredo for revelado, sua vida perfeita vai desmoronar" 
     Max é perfeito. O garoto ideal; inteligente, carinhoso, amigo e fiel. Mas ele guarda um segredo. Um segredo relacionado à sua sexualidade... E, diante disso, sua vida sempre foi uma busca objetiva pela perfeição. Pela "normalidade".
     Confesso que ainda estou em êxtase. Ali. Dentro daquele mundinho de Max. Confesso também que gostaria de ter levado menos tempo para ler, mas esse livro é tão "pesado" psicologicamente que é quase impossível ler tudo em um dia. (Obs.: para ler você precisa estar preparado)
    O livro se passa em diversas narrativas, feitas por várias pessoas envolvidas na história. Desde Max até seu irmão caçula Daniel (❤). E, em cada capítulo (em cada mesmo), acontece algo que nos deixa querendo mais; acontece algo importante para a história; algo marcante.
     Desde o início já é possível se apaixonar por Max, pela pessoa que ele é, e também por aquela que ele se torna conforme seguimos com a leitura. Ele é extremamente apaixonante. Em alguns momentos a gente só pensa em como queria poder ajudá-lo, pegá-lo no colo, pela incrível carinho que ele nos proporciona. Me identifiquei MUITO com Max. 
      Diante de assuntos tão peculiares, Abigail consegue nos mostrar o quanto seu coração é enorme e sua mente "aberta". Eu nunca havia lido nada dela, mas me apaixonei muito pela sua escrita. Ela conseguiu trazer uma particularidade tão especial que se tornou única. Esse livro mudou meu modo de pensar sobre a vida, e sobre como somos frágeis diante deste mundo tão enorme, e, muitas vezes, cruel. Mostrou-me, mais uma vez, que nem tudo o que "vemos" quer dizer o que realmente é. Há tantas versões, tantos pontos...Por que sempre optamos em julgar sem conhecer? Em julgar sem ser empático? 
       Obrigada pelos ensinamentos, querido Max. Lembrarei eternamente de você. 



Citações favoritas:


(Página 116) 
"Estar perto das pessoas quer dizer que tenho que fazer um enorme esforço para parecer feliz, quando me sinto muito infeliz." 
(Página 122)
"E algumas vezes - às vezes - ela sorri para mim. E isso faz com que eu me sinta vivo em cada célula do meu corpo."
(Página 291)
"- Ele chega até embaixo do seu coração? [...] - O que tem embaixo do meu coração? [...] - O centro. O seu... O seu eu. A coisa que bate feito um tambor e diz "Eu sou o Daniel, eu sou o Daniel" ou "Eu sou o Max, eu sou o Max". Você sabe, como você sabe que é você." 
(Página 341)
"Mas aí as coisas ruins acontecem, e todo mundo decepciona todo mundo. E a gente percebe que os velhos amigos podem ser pessoas más. Que a sua mãe e o seu pai não podem concertar tudo. Que não somos os heróis que pensávamos ser. Que apenas não tínhamos ainda nada de muito difícil com que lidar, então não sabíamos que éramos covardes. Que éramos muito fracos. Não. Não acredito nas coisas em que costumava acreditar."

3 comentários:

  1. Olá!

    Fiz essa leitura a bastante tempo atrás, mas até hoje sou impactada por essa história tão maravilhosa. O Max é realmente um personagem apaixonante!

    Adorei a resenha! Beijos

    http://internautanerd.blogspot.com.br/2017/07/a-cor-purpura-de-alice-walker.html?m=1

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